Sem ter a pretensão de apontar como certo ou errado o procedimento de outras casas de cultura de Orisa, este texto tem apenas o objetivo de chamar à reflexão. Independentemente do nome que se dá à pessoa que adentra na religião candomblé e que não é Elegun, em muitos locais vê-se a afirmação de que estas pessoas já nasceriam feitas de Orisa, e que portanto, bastaria que o Orisa apontasse, suspendesse e após, o zelador ou zeladora confirmaria aquela pessoa como Ogan, Ekeji, ou outra denominação que varia de acordo com a nação seguida.
Na tradição que sigo, tais procedimentos não são reconhecidos. E apenas por um motivo: como confirmar algo que não foi feito? Toda pessoa que necessite adentrar ao culto de Orisa, buscando a complementação energética necessária para um caminho de conquistas, saúde prosperidade, precisa passar por todos os ritos de iniciação... e diferente não acontece com as pessoas que não entram em transe de Orisa.
É importante salientar também que toda pessoa iniciada em Orisa, seja Elegun ou não, torna-se Iyawò (aquele que assume compromisso com o Orisa), possuindo todos os mesmos deveres e obrigações.O fato de Ogans e Ekejis não entrarem em transe, aumenta ainda mais o comprometimento deles nas funções de um Ilè. A eles cabe o dever de auxiliar o sacerdote em todos os momentos, preocupando-se em oferecer as condições necessárias para a realização dos ritos necessários.
Não entrar em transe de Orisa não é sinônimo de Poder. Pelo contrário: estar a todo momento consciente, determina que o Iyawò assuma a responsabilidade de propiciar o bem estar do Iyawò Elegun e que esteja atento para atender a todas as necessidades do Orisa, quando este estiver presente.
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ResponderExcluirNão sei a sua origem ou nação mais em todas as nações e até na umbanda o entendimento é contrário ao seu. Não se faz feitura apenas se confirma.
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