Muitas casas tradicionais de candomblé brasileiro e suas descendentes utilizam até os dias de hoje os banhos de abò preparados com vísceras de animais e outros ingredientes mais... Tudo acondicionado em um pote ou tambor durante longos períodos... Além do odor forte e desagradável, há a proliferação de bichinhos invertebrados das mais variadas espécies, cores e tamanhos.
Pais e mães de santo que adotam esse procedimento, sempre que questionados, afirmam apenas que abò é asé, que faz parte da tradição, que sempre foi feito dessa forma, e que assim deve continuar. Alguns utilizam esse abò não só para o banho, mas também determinam que seus filhos de santo ingiram esse preparado, para uma maior absorção de asé... O engraçado é que nunca ouvi relato de alguém que tenha visto o pai ou a mãe de santo ingerindo o tal do Abò...
Mas aí vem uma questão: se asé é energia e somente algo vivo é capaz de ainda possuir energia, o que é capaz de transmitir elementos em estado avançado de putrefação? Folhas possuem vida apenas poucos momentos após a masseração... Ejé da mesma forma. E isso é facilmente compreendido, já que as células mantém-se vivas por pouco tempo após deixar o corpo que a abriga... Células mortas não possuem energia... Logo, não são passíveis de transmitir qualquer energia.
A cultura de Orisa é uma cultura viva e, para que seja manipulada de forma adequada é necessário também que utilizemos elementos vivos...
Meus respeitos...
ResponderExcluirAdorei essa postagem reafirmou bem o que eu sempre acreditei.
Excelente
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