É comum nos dias de hoje, encontrarmos pessoas que afirmam possuir em suas casas de candomblé um assentamento de Egungun ou Egun. Outros ainda afirmam que são capazes de tirar ebó para afastar Egun, que fazem oferendas para Egun em cemitérios, visando amedrontar com a falsa promessa de prejudicar a vida de outras pessoas ou ainda, visando ganhar o dinheiro daqueles que vêem nessas falsas promessas a possibilidade de vingança sem deixar provas incriminadoras!
Quanta ilusão... quanto dinheiro jogado fora! quanta energia negativa essas pessoas atraem para a sua vida! quanto tempo perdido.
Não tenho aqui a intenção de discorrer profundamente sobre a cultura de Egungun, já que essa cultura é destinada apenas para Homens. Mas o fato é que a cultura de Egungun somente pode e deve ser praticada por pessoas preparadas e autorizadas para tanto. Ademais, a cultura de Egungun (ou Egun) não é destinada à pratica do mal ao próximo. Pelo contrário! Trata-se de uma cultura destinada à prosperidade de todo um clã, com orientações morais e éticas rígidas.
Já que somente pode ser praticada por pessoas preparadas e autorizadas, a cultura de Egungun não está ao alcance de pais e mães de santo. Ademais, a cultura de Egungun também não pode conviver no mesmo local, no mesmo solo da cultura de Orisa. Como então explicarmos a cultura desenvolvida por pessoas que são de candomblé?
É fato (e eu já presenciei) que algumas casas de candomblé brasileiro mantém em seu solo ossadas humanas enterradas, e que são chamadas de Egun. O espírito que foi dono daquilo que se resumiu a ossos é evocado, e os ditos pais e mães de santo se utilizam dele para a realização das mais diversas determinações. Além de não alcançarem o objetivo pretendido,o fato é que estes pais e mães de santo possuem a falsa ilusão de controle sobre aquela energia... Ledo engano! Cedo ou tarde, o preço pago pela utilização indevida de uma energia será cobrado. E essa cobrança se estende geralmente a todos os membros da comunidade religiosa na qual o espírito era evocado.
A este espírito dá-se o nome de Oku. Não se assemelha a Egungun, já que os okus não possuem qualquer direcionamento ou evolução espiritual. Os okus não possuem discernimento sobre o certo ou errado. Assim como os pais e mães de santo que lidam com essa energia tem a falsa sensação de controle, os okus tem a convicção de que serão "controlados" somente enquanto a eles for conveniente.
É importante salientar também que a energia de oku não é compatível com a energia de Orisa. Onde está a energia de Oku, certamente não encontra-se presente a energia do ancestral divinizado. Logo, todos aqueles que buscam a sua própria evolução espiritual devem buscar entrar em harmonia com energias evoluídas. E essas energias certamente não estarão presentes em um local onde se cultua Okus.
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