terça-feira, 5 de julho de 2011

Do arroz elétrico ao sapatinho de cristal...

Quando falamos em Orisa no Brasil, duas características são marcantes: oferendas deixadas por dias no local de culto e luxo das festas oferecidas...

Este é mais um ponto que não consigo encontrar lógica (se alguém puder me ajudar agradeço).

Em um ilè asé acredito que a finalidade primordial é o bem estar da comunidade, com a busca contante de saúde e prosperidade para todos os integrantes da casa. Pois bem, tendo esse ponto como pacífico, questiono-me: como conseguir tais objetivos em meio a tanta sujeira? E aquelas comidas oferecidas que apodrecem e cheiram mal? E os arroz elétricos que são "gerados" na oferenda - aqueles bigatinhos brancos enlouquecidos que se deliciam na comida apodrecida? Isso sem falar nas demais espécies que surgem como por encanto e que são das mais variadas cores e tamanhos...

Qual a finalidade das pessoas ficarem em contato com os animais mortos por dias - animais estes que criam vida, já que recheados de larvas (só faltam sair andando)?

O interessante é que durante as festividades, as mesmas pessoas que vivem na sujeira e podridão dias e mais dias, vestem suas lindas e caras roupas - geralmente compradas com muito sacrifício - vestem seus lindos sapatinhos de cristal, com saltos que chegam às alturas, simplesmente para darem close na sala e saírem lindos nas fotos que minutos após a festa já estarão disponíveis para que todos se surpreendam com tanto luxo...

Por isso que hoje venho pedir que me ajudem a entender essa lógica brasileira... quero entender o significado da sujeira e podridão e também a necessidade de mostrar um luxo que na maioria das vezes não é condizente com o estilo de vida da maioria das pessoas...

Alguém se habilita?

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